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domingo, 1 de janeiro de 2012

Desabafos

Memórias são os pensamentos de acontecimentos que nos acompanham pela vida fora. Eu gosto de pensar que guardo as minhas como se guardam as fotografias antigas: numa grande caixa. Por vezes acontece remexer no que estava escondido há bastante tempo e logo dá origem a uma sequência de pensamentos. Uns bons, uns menos bons, mas todos eles fazem parte do nosso passado. Recente ou não, mas é o nosso passado. Posso dizer que a minha caixa é grande e está repleta, mas há sempre espaço para mais. Hoje é um dia muito especial para mim. Guardo a lembrança deste dia, de há 22 anos para cá, como sendo um dos dias mais felizes da minha vida. Tenho um grupo de dias mais felizes e este é um deles. Não deixa de ser difícil viver o dia de hoje, nestas condições, mas acredito que o futuro trará surpresas. Afinal sou uma pessoa optimista e acredito que, apesar de tudo, os laços de sangue falarão mais alto. Afinal, limitei-me apenas a ser verdadeira para comigo mesma e optei. Optei por ser feliz. Optei por viver o resto da minha vida. Sim...viver! Deixei de ser o que os outros esperavam que eu fosse para ser eu mesma. Nas minhas convicções, nos meus gostos, na minha maneira de ver a vida e vive-la. Não foi riqueza que procurei, não foi, decerto, de uma vida mais confortável. Mas encontrei a minha paz interior. E deixei para trás quem me fazia mudar para ter somente quem me respeita pelo que sou. Porque eu sou assim! Com defeitos e qualidades como toda a gente, simplesmente humana. E no meu direito de viver e mudar, optei. Optei por "viver" o resto da minha vida.
Nem por todos compreendida mas, a experiência da vida se encarregará de fazer ver a alguns que o direito de mudar é um direito solitário e nada interfere com sentimentos puros, mas sim um respeito por nós próprios. Um direito finalmente conquistado.
Acabei por chegar à conclusão que o dito antigo que diz que "aprendemos até morrer" é tão real como a própria vida. E eu continuo a aprender! Erro, aprendo...aprendo e erro! E vou continuar a fazê-lo até morrer. Afinal ninguém nasce ensinado nem ninguém é dono da razão. Somente da sua razão. E viver, tal como morrer, é um acto solitário! As pessoas vêm e vão...mas no final a escolha é sempre nossa. Lastimo algumas perdas por este espinhoso caminho, lastimo não ter tido a sabedoria para me fazer entender e respeitar pelo que sou e não pelo que esperavam que eu fosse. Mas como em tudo na vida, apenas respondo por mim...somente por mim. Fazê-lo por outros é um erro crasso.